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MARGARIDA ALVES - SIMBOLO DE LUTA ATÉ HOJE PARA AS MULHERES DO CAMPO E PELA DIGNIDADE FEMININA |
Margarida Maria Alves
Nasceu em Alagoa Grande, Paraiba, a 5 de
agosto de 1933 e faleceu também em Alagoa Grande, a 12 de agosto de 1983. Foi uma sindicalista e
defensora dos direitos humanos brasileira. Foi
uma das primeiras mulheres a exercer um cargo de direção sindical no país.[1] Seu
nome e sua história de luta inspiraram a Marcha das Margaridas, que foi criada
em 2000.[2]
Durante o período em que esteve à frente do sindicato local
de sua cidade, foi responsável por mais de cem ações trabalhistas na justiça do
trabalho regional, tendo sido a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado da Paraíba durante
a ditadura militar.[1]
Postumamente,
recebeu o Prêmio Pax Christi Internacional em 1988.[3] Todos
os anos, na semana que antecede o dia 12 de agosto, na cidade de Alagoa Grande,
a população traz à tona a memória da sindicalista, que foi a precursora
feminina na Paraíba na defesa dos direitos dos trabalhadores do campo.
SOBRE A MILITÂNCIA DE MARGARIDA
Margarida Maria Alves era filha mais nova de uma família de
nove irmãos e viveu no Sitio Jacu, zona rural de Alagoa
Grande até os 22 anos de idade. Porém, ao serem expulsos da terra por
grandes latifundiários, a família de Margarida teve que ir morar na periferia
de Paraíba (PB). Sendo assim, ela carregava a questão das terras desde cedo.
Margarida nunca conseguiu estudar, foi completar a quarta série do Ensino
Fundamental mais velha do que a média de escolaridade comum.[4]
Se tornou Presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Alagoa
Grande, na Paraíba em 1973, aos 40 anos. Foi uma das primeiras
mulheres a assumir um cargo de direção sindical no Brasil e uma grande ativista
de direitos humanos e trabalhistas no país. A militante esteve à frente na luta
pelos direitos básicos dos trabalhadores rurais em Alagoa Grande, como carteira de trabalho assinada e 13º
salário, jornada de trabalho de oito horas diárias
e férias.
Também lutava em defesa dos trabalhadores poderem cultivar suas próprias
terras, pelo direito do fim do trabalho
infantil nas lavouras e canaviais e para que essas crianças pudessem
estudar. Durante sua gestão sindical, criou um programa de alfabetização para
adultos inspirada nos modelos do educador Paulo Freire, para conscientização e
ensino de mais trabalhadores. Também foi a responsável por mover mais de 100
ações trabalhistas na Justiça do Trabalho local, de Alagoa Grande (PB) - que
estavam relacionadas a grandes proprietários de terras e, principalmente, com
os usineiros de açúcar, donos da Usina Tanques.[5] No
ano de sua morte, em 1983, eram movidas cerca de 72 ações na Justiça do
trabalho local, segundo dados do Ministério Público.[6]
Margarida é um dos maiores nomes da luta sindical no
Brasil,e, foi no seu discurso no Dia
do Trabalho, celebrado no dia 1º de maio, que falou uma de suas frases mais
famosas: "Da luta eu não fujo. É melhor morrer na luta do que morrer de
fome". Três meses após o evento, Margarida foi assassinada na porta de sua
casa.[7] A
comoção com sua morte foi tão grande que gerou a Marcha das Margaridas, símbolo de luta
feminina no Brasil.
SOBRE A MORTE DE MARGARIDA
Margarida Maria Alves foi assassinada no dia 12 de agosto
de 1983, na época com 50 anos, com um tiro de uma espingarda de calibre também
12, no rosto, na frente de sua casa, em Alagoa Grande, Paraíba (PB). A
militante já vinha recebendo uma série de ameaças de morte por telefonemas e
cartas, mas, foi naquela tarde de agosto que Margaria foi alvejada no rosto ao
atender a porta – enquanto seu marido a acompanhava e seu filho de 8 anos
brincava na calçada – que as ameaças realmente se concretizaram. Margarida
atendeu a porta e o homem perguntou "é a Dona Margarida?", e ela
respondeu "sou", segundos antes de levar o tiro. Grandes fazendeiros
da região haviam contratado um assassino de aluguel - segundo dados no
Ministério Público, no ano de 1983, Margarida estava movendo cerca de 72
processos na Justiça do Trabalho contra fazendeiros e usineiros.[8]
O crime teve grande repercussão nacional e internacional,
chegou a ser denunciado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Dois
anos depois de sua morte, o Ministério Público denunciou três pessoas que
poderiam estar associadas ao crime: Antônio Carlos Regis, visto como um ponto
focal dos fazendeiros da região e os irmãos Amauri e Amaro José do Rego, que
teriam sido, de fato, os executores. Em 1988, três anos após a denúncia
realizada pelo Ministério Público, Antônio Carlos Regis foi absolvido por falta
de provas. Em 1995, o Ministério Público realizou uma nova acusação de outros
fazendeiros como mandantes do assassinato: Aguinaldo Veloso Borges, Zito
Buarque, Betâneo Carneiro e Edgar Paes de Araújo. Apenas Zito Araújo passou
pelo processo, ficou preso durante três meses e, em 2001, foi absolvido. O
crime político nunca foi resolvido.[9]
A casa simples em que ela morava foi comprada pela
Prefeitura Municipal de Alagoa Grande e virou museu em 26 de agosto de 2001. Na
fachada do local está escrito sua frase mais famosa, que virou símbolo da luta
sindical no Brasil: “Da luta não fujo. É melhor morrer na luta do que morrer de
fome.” [10] Abaixo
de uma das janelas da residência tem uma placa escrito "Aqui foi
assassinada em 12-08-1983 a líder sindical Margarida Maria Alves". Dentro
do imóvel, em letras garrafais na cor preta, está escrito "Da luta eu não
fujo".[11]
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A MARCHA DAS MARGARIDAS COMPLETA 22 ANOS COMO UM SIMBOLO DE LUTAS PARA AS MULHERES BRASILEIRAS |
MARCHA DAS MARGARIDAS:
A luta e as ações de Margarida Maria Alvez inspiraram a
Marcha das Margaridas, manifestação realizada por mulheres trabalhadoras rurais
brasileiras desde 2000, que integra a agenda permanente do Movimento
Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR). O movimento
propõe visibilidade, reconhecimento social e político e cidadania plena a essas
profissionais do cenário rural. Organizada pela Confederação
Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), ocorre no dia 12
de agosto (ou em datas próximas) para lembrar a morte de Margarida.[12]
Pautas com reivindicações específicas das mulheres e
questões de interesse geral da categoria de trabalhadoras rurais fazem parte do
cenário da manifestação. A mobilização, com denúncias e pressão, mas, também,
diálogo e negociação política com o governo federal, tem ganhado grande
reconhecimento como a maior e mais efetiva ação das mulheres da América Latina.[13]
OBSERVAÇÃO: HOJE, 12 DE AGOSTO DE 2022 O SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE ALAGOA GRANDE PROMOVE GRANDE ATO PÚBLICO EM SUA SEDE, A PARTIR DAS 09 HORAS COM MARCHA ATÉ O TÚMULO DE MARGARIDA. O SINDICATO AVISA QUE JÁ ESTÁ DESENVOLVENDO ESFORÇOS E PARCERIAS PARA QUE NO ANO QUE VEM NOS TENHAMOS A PRESENÇA DO PRESIDENTE LULA NAS REALIZAÇÕES PELA PASSAGEM DOS 40 ANOS DA MORTE DE MARGARIDA ATÉ AGORA IMPUNEMENTE - SE LIGA AI BRASIL
Edição da Matéria: Severino Antonio - bibiu E Irnar Francisca
Texto colhido originalmente da WIKIPEDIA OFICIAL - LIVRE