O
jornalista Marcos Alfredo, um dos mais talentosos homens de comunicação do nosso
Estado, matou a charada do Jampa Digital. Ele descobriu que o vazamento da
noticia para a Rede Globo teve o dedo do senador Vital do Rego, que em troca do
moído trabalhou pela aprovação de antigo pleito da PF que dá poderes quase
ilimitados à instituição. No mesmo dia em que a notícia pipocou, conta Marcos
Alfredo, Vitalzinho teria recebido em seu gabinete o delegado Felipe Alcântara,
que não é outro senão o presidente do inquérito do Jampa Digital. Veja a
matéria, como diz Rubão Nóbrega, depois dos dois pontos:
VITAL
EMPLACOU NA CCJ APROVAÇÃO DE INTERESSE DA PF NO DIA DO VAZAMENTO DE INQUÉRITO
PARA O JN
Alguns
fatos nos bastidores reforçam a versão do governador Ricardo Coutinho (PSB) e do
vice-governador Rômulo Gouveia (PSD) de que o vazamento do inquérito da Polícia
Federal para a mídia nacional sobre supostas irregularidades no Programa Jampa
Digital seja fruto de articulações políticas a partir de Brasília.
O
detalhe é que, embora a suspeita até o momento seja de que o Palácio do Planalto
seria o responsável pelo vazamento, interessado que estaria em atingir por
tabela o governador e presidenciável Eduardo Campos (PE), presidente nacional do
PSB, há fortes indícios de que as “digitais” nos bastidores tenham muito mais a
ver com a política paroquial.
Presidente
da poderosa Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) do Senado, Vital
do Rêgo (PMDB-PB), coincidência ou não, dedicou boa parte de suas energias
parlamentares nas últimas semanas, no sentido de assegurar a aprovação de um
antigo pleito da categoria dos delegados da Polícia Federal.
Exatamente
em 10 de julho último, dia em que “explodiu” a informação no Jornal Nacional, da
Rede Globo, e que também antecipou a publicação na Folha de São Paulo e no
Estadão, reunião da CCJ presidida por Vital do Rêgo consolidou a aprovação do
Substitutivo da Câmara dos Deputados ao Projeto de Lei do Senado nº 150, de
2006, de autoria da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT).
O
projeto de lei em questão aprovado com a chancela de Vital dá super poderes à
Polícia Federal, que poderá fazer escuta telefônica, captação de áudio,
infiltração policial, delação premiada, tudo sem autorização judicial e com
valor legal.
Neste
mesmo dia 10, Vital teria recebido em seu gabinete no Senado nada menos que o
delegado Felipe Alcântara, que presidiu o inquérito do Jampa Digital, na
companhia de uma delegada de nome Priscila.
Após
essa reunião a portas fechadas, houve a aprovação do projeto, seguida pela
divulgação em regime de exclusividade de uma investigação até então em caráter
sigiloso, que não mandou prender ninguém, porque ao final das contas a PF não
dispõe para isso de provas irrefutáveis sobre o que considera escândalo com
ingredientes de corrupção eleitoral.
O
dano inevitável mesmo foi de ordem política para a imagem dos envolvidos. No
caso particular e paroquial de Campina Grande, aliás, Vital teria até um
dividendo adicional: atingiu em cheio Rômulo Gouveia, que por duas vezes
concorreu e foi derrotado por seu irmão, ex-prefeito Veneziano Vital do Rêgo, e
que se transformou num ácido e histórico adversário de seu grupo.
FONTE:
MARCOS ALFREDO
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