Como se sabe, o senador Cássio Cunha Lima ganhou uma
missão nacional de manter próximos e afinados os presidenciáveis Aécio Neves
(PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Não por menos. Além de ser amigo pessoal dos dois
e ter inegável capacidade de articulação política, o senador paraibano cumpre um
roteiro definido pelo PSDB de manter próximo um candidato que, na visão do PSDB,
pode ser o grande aliado de Aécio num eventual segundo turno contra o PT.
Aliás, dentro do PSDB, Cássio foi um dos primeiros a
defender que os dois se encontrassem e conversassem sobre 2014. Tanto que quando
isso aconteceu o senador paraibano foi chamado para testemunhar.
No geral, o desafio é fazer com os dois – Aécio e Campos
-, naturalmente contaminados pela disputa, não cometam o equívoco de romper
antes do tempo, criando um abismo de distância que somente favoreceria a
candidatura petista.
Isso passará, obviamente, pelo posicionamento e
discursos dos dois daqui pra frente, mas, especialmente, pela capacidade de
composição política do PSDB e do PSB nos estados. Os dois partidos, que já
estavam engatilhados em dez estados, incluindo Minas Gerais, viram a costura se
rasgando quando Eduardo Campos saiu do papel de coadjuvante para protagonista
após anúncio do apoio de Marina Silva.
Cássio foi escalado para dar um ponto a mais nesta
costura, reforçando-a. E, claro, deve incluir a Paraíba nesta tarefa. Assim, o
que parecia uma declaração antecipada de guerra entre os dois partidos, com
Aécio exigindo, desejando e precisando de palanques em todos os estados, pode
caminhar numa direção de entendimentos, visando o segundo turno. Ora, porque e
para quê o PSDB escalaria Cássio para tomar conta dessa costura nacional, se o
interesse fosse de rompimento integral?
Mais: para cumprir sua missão nacional, Cássio terá em
vista o papel de começar bem fazendo o dever de casa. Porque se não conseguir
cumprir a tarefa na Paraíba, onde PSDB e PSB misturaram seus projetos,
provocando qualquer trauma na aliança, não terá como avançar no resto do
país.
Óbvio que o governador Ricardo Coutinho também deve
entender isso e contribuir para que Cássio cumpra o que lhe foi recomendado.
Mas, em resumo, Cássio não tem como manter Eduardo
próximo de Aécio se na Paraíba chutar o pau da barraca e decidir, desde que sem
motivo aparente, confrontar a reeleição do PSB na Paraíba.
Postado por bibiu do jatobá - Fonte: blog do Luis Torres.
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