BOSCO CARNEIRO SOLICITA ESTÁTUA DE MARGARIDA PARA ALAGOA GRANDE - A HISTÓRIA NÃO APAGOU A HISTÓRIA |
Margarida foi trabalhadora rural, rendeira e a primeira
mulher a assumir a presidência do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa
Grande. Ícone da luta pelos direitos dos trabalhadores rurais, e que
infelizmente, foi brutalmente assassinada por brigar por justiça e pela defesa
dos mais humildes.
E neste ano, exatamente quatro décadas desde o seu assassinato,
nada mais justo que seja erguida uma estátua em Alagoa Grande exaltando o seu
valor e a importância de sua luta.
Os requerimentos pela instalação de uma estátua e realização de uma sessão especial em alusão aos 40 anos do assassinato de Margarida Maria Alves foram aprovados pela Assembleia Legislativa.
DEPUTADO BOSCO CARNEIRO - A PARAIBA BEM REPRESENTADA |
SOBRE A MORTE DE MARGARIDA
Margarida Maria Alves foi assassinada no dia 12 de agosto
de 1983, na época com 50 anos, com um tiro de uma espingarda de calibre também
12, no rosto, na frente de sua casa, em Alagoa Grande, Paraíba (PB). A
militante já vinha recebendo uma série de ameaças de morte por telefonemas e
cartas, mas, foi naquela tarde de agosto que Margaria foi alvejada no rosto ao
atender a porta – enquanto seu marido a acompanhava e seu filho de 8 anos
brincava na calçada – que as ameaças realmente se concretizaram.
Margarida atendeu a porta e o homem perguntou "é a
Dona Margarida?", e ela respondeu "sou", segundos antes de levar
o tiro. Grandes fazendeiros da região haviam contratado um assassino de aluguel
- segundo dados no Ministério Público, no ano de 1983, Margarida estava movendo
cerca de 72 processos na Justiça do Trabalho contra fazendeiros e usineiros
ATÉ LULA ESTEVE NA MISSA DE SÉTIMO DIA DA LÍDER
MARGARIDA MARIA ALVES - 1983
O crime teve grande repercussão nacional e internacional,
chegou a ser denunciado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Dois
anos depois de sua morte, o Ministério Público denunciou três pessoas que
poderiam estar associadas ao crime: Antônio Carlos Regis, visto como um ponto
focal dos fazendeiros da região e os irmãos Amauri e Amaro José do Rego, que
teriam sido, de fato, os executores. Em 1988, três anos após a denúncia
realizada pelo Ministério Público, Antônio Carlos Regis foi absolvido por falta
de provas. Em 1995, o Ministério Público realizou uma nova acusação de outros
fazendeiros como mandantes do assassinato: Aguinaldo Veloso Borges, Zito
Buarque, Betâneo Carneiro e Edgar Paes de Araújo. Apenas Zito Buarque passou
pelo processo, ficou preso durante três meses e, em 2001, foi absolvido. O crime
político nunca foi resolvido
A casa simples em que ela morava foi comprada pela
Prefeitura Municipal de Alagoa Grande e virou museu em 26 de agosto de 2001. Na
fachada do local está escrito sua frase mais famosa, que virou símbolo da luta
sindical no Brasil: “Da luta não fujo. É melhor morrer na luta do que morrer de
fome.” Abaixo de uma das janelas da residência tem uma placa escrito
"Aqui foi assassinada em 12-08-1983 a líder sindical Margarida Maria
Alves". Dentro do imóvel, em letras garrafais na cor preta, está escrito
"Da luta eu não fujo".
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