É lamentável ter que começar perguntando: o que está acontecendo com o governo municipal alagoagrandense? Infelizmente essas indagações estão se tornando corriqueiras diante da população.
Nos últimos dias temos conversado bastante com membros da sociedade de nossa terra com relação ao seu futuro e observamos um pessimismo muito grande, inclusive, com pessoas que fazem ou já fizeram parte da administração atual, em que eles mesmos se perguntam sobre o que de fato está acontecendo com o Chefe do Executivo Municipal. Até então, parece que houve algum desagrado pessoal ao Prefeito, e quem está pagando, de forma sofrível, é o povo de Alagoa Grande.
Para se ter uma idéia, basta ver como se encontra o estádio municipal "Genival Sales de Amorim” (módulo esportivo municipal), palco que já serviu para grandes jogos; hoje, totalmente “jogado” ao relento, servindo apenas de lixão. Como se não bastasse, o Hospital que leva o nome do filho mais ilustre da cidade Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Mello, vive capengando, atividades básicas como internamento de urgência quase não existe… Na maioria das vezes, os pacientes têm sido transferidos para a cidade de Campina Grande, daí um dos motivos por nunca mais terem nascido filhos alagoagrandenses, fato extremamente vergonhoso para a população, essencialmente para as mulheres que são obrigadas a terem que se deslocar para outros centros para dar à luz, tornando ainda mais preocupante os últimos momentos de tensão gestacional e a espera para a alegria advinda com o nascimento.
Se for até a comunidade de Zumbi vai ver os calçamentos todos soltos, deixando o acesso intransitável. O bairro Aguinaldo Veloso Borges é outra situação deplorável, está entregue ao "Deus-dará" parece que ali não reside qualquer eleitor, já que os moradores são obrigados a conviver com ruas esburacadas, lamas por todos lados ( principalmente no inverno), além de ter que sentir os odores dos esgotos a céu aberto, tudo acrescido de uma tremenda escuridão.
Quanto à violência, não precisaríamos nem comentar, pois os fatos acontecidos por si só já refletem a precária situação. Quem não lembra do "Tiro de Guerra", orgão de grande valia na formação do caráter do cidadão, que foi implantado no governo de Júnior Carneiro, e que foi fechado na atual administração do Prefeito Hildon Régis, Bôda. O mesmo ocorreu com o Pelotão de polícia que existia na cidade e que o prefeito também pediu o prédio, que se encontra ocioso, enquanto o povo fica a mercê dos vândalos.
Parece que tudo se esvaiu, pois Alagoa grande, hoje, não é mais aquela cidade em que as pessoas podem ficar até altas horas nas portas de suas casas para uma boa conversa, pelo contrário, a violência tem se tornado uma constante, trazendo uma grande preocupação ao seus habitantes.
É realmente preocupante, a situação do município.
Temos que reagir a todos esses percalços, do contrário, veremos a cidade sucumbida. É preciso tomar algumas providências para o seu soerguimento, para assim voltar a ser uma cidade de vanguarda dentro da nossa região, trazendo de volta a autoestima do povo alagoagrandenses. É preciso estarmos vigilantes a tudo que ocorre com os nossos agentes públicos, principalmente, aqueles que nos representam, seja no executivo ou no legislativo.
O que definitivamente não podemos aceitar é esse estado de inércia que nos encontramos, pois não nos levará a nada, só a deterioração do pouco que nos resta. Temos que exigir e saber fiscalizar atitudes de quem foi eleito para nos representar.
JOSÉ GILDO DE ARAÚJO
JORNALISTA
4580/97
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